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sábado, 28 de julho de 2012

Geraldo Stuart


Bié Junqueira Machione
Geraldo Stuart
               Geraldo Stuart sempre foi um homem de muito fôlego para enfrentar muitas aventuras. Nasceu em Pinhal. Certa vez, na Revolução de 1932, observava um grande número de soldados baianos com os fuzis  ensarilhados, na praça principal da cidade,  em descanso. Ele não resistiu à tentação de colocar a mão num dos fuzis. Resultado: as três armas despencaram dos encaixes e caíram.  Uma disparou e Geraldo  saiu de mansinho no meio da multidão que se formou e ninguém viu sua  travessura. 
            Na adolescência foi para São Paulo desenhar cartazes e propagandas. Conta  ele, que havia uma grande  firma de publicidade no centro da cidade. Um dia enamorou-se de uma alemazinha,  Frida, que trabalhava lá. Ela o levou até  os porões do prédio, onde funcionava uma  sala de rádio super potente. Stuart viu ser ali um centro de informações alemão. Na cadeira do rádio havia um jaleco da SS e um vistoso quepe.
            Stuart não sabia como, mas os alemães descobriram que ele tinha estado no porão com Frida e, naquela noite, ela foi à sua pensão apavorada. Deu-lhe dinheiro e disse: - Fuja para mais longe que puder, senão eles vão te matar.  No outro dia, Stuart comprou passagem na  Estação da Luz, para o último ponto de parada da Paulista. Chegou a Barretos em 1940. Começou a trabalhar elaborando cartazes para cinemas baseados nos filmes que seriam exibidos.
            Nunca mais ouviu falar da alemã Frida, que o salvou, dando-lhe a própria vida por este ato, provavelmente.
            Em Barretos dedicou-se aos cartazes, propagandas e desenhos também em jornais. Seu mais famoso desenho foi aquele que criou para a Festa do Peão de Boiadeiro em 1947. Fez o desenho para o jornal “O Correio de Barretos”.

Desenho de autoria de Geraldo Stuart

            O desenho do peão pulando no cavalo, de sua autoria, foi usado pelo clube de “Os Independentes”,  como símbolo da Festa do Peão até 1961.
            A trajetória de Geraldo Stuart no mundo dos anúncios de Barretos, propagandas de casas comerciais nas décadas seguintes à sua chegada à nossa cidade, exemplificam o esforço e o gênio de um homem desenvolvendo sua arte. 
            Certa vez, um de seus desenhos na imprensa, foi motivo de sermão do vigário da época, pois mostrava uma jovem pulando cerca, com as calcinhas de fora. Geraldo passou o talento, engenho e arte, ao filho, o Dado, que hoje segue a tradição dos Stuarts, com firma e oficina de desenho, de propaganda, casando a arte com o aspecto comercial.
           
Propaganda  desenhada por Stuart, em 1948




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