A Revolução Constitucionalista iniciou-se em 9 de julho de 1932. Foi uma verdadeira guerra civil. Através de jornais e rádios, os paulistas fizeram campanha, conseguindo mobilizar grande parte da população. Os combates ocorreram, principalmente, no estado de São Paulo, região sul do Mato Grosso e região sul de Minas Gerais.
São Paulo contou com o apoio do sul do Mato Grosso e enfrentou o enfrentou o poder militar do das forças armadas federais. A rendição se deu em 28 de setembro de 1932. Cerca de três mil brasileiros morreram em combate e mais de cinco mil ficaram feridos durante a revolução.
São Paulo contou com o apoio do sul do Mato Grosso e enfrentou o enfrentou o poder militar do das forças armadas federais. A rendição se deu em 28 de setembro de 1932. Cerca de três mil brasileiros morreram em combate e mais de cinco mil ficaram feridos durante a revolução.
Em Barretos as primeiras notícias da revolução de 1932 chegaram no dia 10 de julho, por comunicações radiofônicas. No dia 11, por iniciativa do prefeito René
Ferreira Pena e dos representantes da Frente Única local – Riolando de Almeida
Prado e doutor Urbano de Brito - foi
aberta a inscrição de voluntários para o batalhão barretense. O primeiro
inscrito foi José Flausino de Brito e em seguida mais homens. Nos cafés, nas noites,
as pessoas se reuniam para saber das notícias. O batalhão barretense foi
batizado com o nome do soldado Teopompo de Vasconcellos, que fora preso pela
Ditadura por ter manifestado o apoio à causa constitucionalista.
José Flausino de Brito, acervo Bié Machione
No dia
12 tinham sido escritos duzentos voluntários. Estudantes que estavam em São Paulo regressaram e se alistaram no batalhão Teopompo,
depois no Marcondes Salgado. No dia 16 eram 333 e no dia 17, somavam 352.
Muitos boletins foram impressos, distribuídos à população: “O Batalhão Theopompo de Vasconcellos, no desdobramento dos trabalhos de oraganização em que se acha empenhado para prestar o concurso de Barretos no grande prélio militar pró-Constituição, vem pedir ao povo e ao comércio em geral, sem distinção de classe ou de nacionalidade, todo e qualquer auxílio, como sejam: donativos em dinheiro, calçados, roupas feitas, cigarros e tudo mais quanto possa servir para o equipamento de uma tropa em campanha.
Muitos boletins foram impressos, distribuídos à população: “O Batalhão Theopompo de Vasconcellos, no desdobramento dos trabalhos de oraganização em que se acha empenhado para prestar o concurso de Barretos no grande prélio militar pró-Constituição, vem pedir ao povo e ao comércio em geral, sem distinção de classe ou de nacionalidade, todo e qualquer auxílio, como sejam: donativos em dinheiro, calçados, roupas feitas, cigarros e tudo mais quanto possa servir para o equipamento de uma tropa em campanha.
Esses
donativos deverão ser entregues na Prefeitura à comissão encarregada de os
receber, composta dos senhores capitão José Felício Gomes, doutor Nicácio
Serafim Barcellos, Plínio Junqueira Franco e Belmiro Zenha. A mesma comissão
dispõe de um livro especial para o registro dos donativos. O Batalhão pede
também o concurso dos senhores médicos, farmacêuticos, enfermeiros e
enfermeiras, alfaiates, mecânicos, chauffeurs e escoteiros.
Para as
distintas senhoritas que já se apresentaram e que ainda se apresentam para a
Cruz Vermelha, o Batalhão já instituiu na Santa Casa, sob a direção dos doutores Urbano de Brito e Carmélio
Guagliano, um curso de enfermeiros.
O
Batalhão está igualmente providenciando os meios de amparo às famílias dos
soldados pobres, que partiram para a lucta em defesa do Brasil e de São Paulo.
Espero,
outro sim, que os senhores comerciantes, além dos donativos que não deixaram de
enviar à Comissão referida, levem o concurso mais longe, dispensando do serviço
os seus empregados inscriptos, sem prejuízo por parte de seus empregos e
ordenados, enquanto durar o movimento nacionalista.
Os
terrenos do Hypódromo vão ser preparados para campo de aviação. Os serviços de
Intendência de Guerra estão também em organização. O distincto e honrado comerciante
desta praça, senhor Alexandre Assad, já entregou à Comissão, expontaneamente, 50 metros de brim káki,
para fardamento da tropa.
O
Batalhão de Barretos, como se vê, está promovendo todos os meios de sair para a
lucta perfeitamente fardado e com as responsabilidades civis dos soldados
asseguradas. Espera, por isso, que o povo e o comércio venham em seu auxílio
para maior felicidade de sua missão patriótica”.
Jerônimo Serafim Barcellos foi escolhido representante dos voluntários
barretenses. No dia
22 os alistados partiram para Ribeirão Preto e no dia 23 seguiu para Olímpia - que estava ameaçada de ser invadida - um grupo de 52
soldados barretenses. Os soldados permaneceram oito dias em Olímpia, voltando para Barretos, sendo enviados para Laranjeiras,
Porto Antônio Prado e fazenda Poção e depois para Barra Grande.
De
Em 26
de setembro houve a retirada das
tropas para Campinas. Muitos deixaram de atender à ordem e foram para suas
casas, outros seguiram para a Estação.
Osório Faleiros da Rocha narrou a
retirada dramática do que restou das tropas constitucionalistas em 26 de
setembro de 1932 quando a certeza da derrota da causa dos paulistas tomara
conta dos ânimos barretenses.
Na cidade as casas permaneciam fechadas e quando os militares remanescentes que partiam em direção a São Paulo já estavam todos acomodados dentro dos vagões da Paulista, pouco antes da partida, um soldado bêbado, começou a fazer bagunça. Com um sabre na mão, agitava-o, desafiando a todos. Por fim prenderam-no no cubículo do correio. Não adiantou. Ele acabou escapando pela janela, conseguiu o sabre novamente e pôs-se a movimentá-lo em desafio.
Na cidade as casas permaneciam fechadas e quando os militares remanescentes que partiam em direção a São Paulo já estavam todos acomodados dentro dos vagões da Paulista, pouco antes da partida, um soldado bêbado, começou a fazer bagunça. Com um sabre na mão, agitava-o, desafiando a todos. Por fim prenderam-no no cubículo do correio. Não adiantou. Ele acabou escapando pela janela, conseguiu o sabre novamente e pôs-se a movimentá-lo em desafio.
O
motorista do capitão Clementino, José Bernardes, manobrou o fuzil e em seguida
deu dois tiros no bêbado, que continuava trocando passos,
sorrindo. Parece que aqueles dois tiros foram sinal para o começo de um
tiroteio, vindo de todos o lados, de fora em direção à composição, pronta para partir e de dentro do trem para o
rumo à plataforma. Um capitão, chamado Mangeri,
de dentro de um vagão, pela janela, disparou mais dois tiros sobre o
cadáver do bêbado que caíra a beira da plataforma e rolara abaixo no leito dos
trilhos, ficando sentado morto entre as rodas do carro e o ressalto da
plataforma.
Osório
Rocha dentro do trem presenciou toda aquela cena de violência
inesperada e desnecessária, pois se tratava apenas de um embriagado inofensivo.
E sem reação ante a brutalidade do ato ficou à beira de uma janela
do vagão, exposto, enquanto todos os
seus companheiros, deitados, escutavam o barulho sinistro das balas perdidas
em ricochetes.
Finalmente
o trem seguiu seu caminho se distanciando vagarosamente da plataforma. O
cadáver perfurado de balas acabou esmagado pelas rodas. Sobre esta fuzilaria existe uma versão garantida por
alguns que aponta como causa de toda confusão armada o fato de que aquele trem
levava parte do ouro arrecadado na campanha “Ouro para o Bem de São
Paulo”.
Tiro na grade da estação, acervo Bié Machione
A outra versão é que tudo não passou do estado de ânimo sobressaltado dos soldados paulistas
Referências
ROCHA, Osório Faleiros da. "Barretos de Outrora" e "Reminiscências".
Texto conciso e bastante informativo. Parabéns. Não conhecia detalhes da participação de Barretos (e barretenses) na Revolução. As publicações que conheço dão mais ênfase para a participação da capital, de Campinas e das cidades do Vale do Paraíba.
ResponderExcluirParabens Bie
ResponderExcluirO CAPITÃO JOSÉ FELÍCIO GOMES , É FILHO DO ILUSTRE CAPITÃO FELÍCIO FERREIRA GOMES E DONA JOAQUINA ANGÉLICA DA SILVEIRA ; TIO ZÉCA COMO CHAMAVA-MOS , É PAI DE PAULO CASTOR GOMES QUE DEU O NOME A RODOVIA QUE DÁ ACESSO À FAZENDA BURACÃO ; O CAPITÃO FELÍCIO GOMES , QUE TEVE SEU NOME HOMENAGIADO NA VILA GOMES COM SEU NOME , DA ESPOSA JOAQUINA ANGÉLICA DA SILVEIRA , FOI O FUNDADOR DO ASILO MARIANO DIAS ; SUA FILHA MAIS VELHA , CONHECIDA COMO DONANA DO ASILO , FOI QUEM FUNDOU O ASILO DOS VELHOS DE BARRETOS TAMBÉM ; DEVO LEMBRAR , QUE DONANA DO ASILO , TRABALHOU ATÉ SEUS QUASE 90 ANOS DANDO SUA CONTRIBUIÇÃO NO ASILO DOS VELHOS ; A FAMÍLIA GOMES , SEM DUVIDA É DAS MAIS IMPORTANTES PARA A HISTÓRIA VITORIOSA DE BARRETOS.
ResponderExcluirMEUS PARABÉNS ! , OS BARRETENSES DEVEM CONHECER SUA HISTÓRIA .ÓTIMO TRABALHO !
ExcluirEu tenho uma foto do casal Capitão José Felício Ferreira Gomes e dona Joaquina Angélica da Silveira.
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