Hoje discorreremos um pouco sobre o pai de Simão Antônio Marques, um dos fundadores de Barretos. O patriarca da família Marques em
terras mineiras foi o Alferes Manuel Antônio Marques, nascido por volta de 1747
em Santa Marinha
da Ribeira de Pena, Arcebispado de Braga, filho de Antônio Marques e de
Custódia de Melo ( ou Custódia Gonçalves), naturais da mesma freguesia.
Em Baependi, em 26 de novembro de
1773, o Alferes Manuel Antônio Marques casou-se com Genoveva de Sousa Pena, nascida
por volta de 1754 em Baependi, filha de Domingos de Sousa Pena (natural de Santiago de Soutelo, Concelho de Vila
Pouca de Aguiar, Arcebispado de Braga) e de Joana Vieira de Oliveira ( natural
de Pilar de São João Del Rei), sendo neta paterna de Tomé Alves e de
Catarina Gonçalves, e neta materna de
Antônio Vieira da Maia e de Antônia do Prado ( os últimos eram naturais de Taubaté,
SP. ).
Vista de Baependi, cerca de 1870. Foto do Arquivo Público Mineiro
O Alferes Manuel Antônio Marques
e a família residiram em Baependi até 1782. Em 16 de fevereiro de 1782
foi nomeado Alferes da Capela de Nossa Senhora da Conceição do Rio Verde,
novamente criado o distrito. Simão Antônio Marques, um dos fundadores de
Barretos, nasceu em Baependi.
Em maio de 1785 mudou de
Conceição do Rio Verde para a região de Caldas – que ainda não existia. No ano
de 1789 recebeu ordem do Alferes José Pereira de Almeida Beltrão para apossear as terras da vertente
do rio Jaguari-mirim, na Cachoeirinha, anexando-as a sua Fazenda do Bom Retiro
(atualmente município de Ibitiúra).
O Alferes Manuel Antônio Marques
foi um dos primeiros moradores de Caldas. Era proprietário da fazenda Bom
Retiro de Caldas, “por compra e posse”. Pagava o dízimo de seus frutos e criações
por triênio. Faleceu em 16 de janeiro de 1801, em Campanha, quando estava em
viagem para o Rio de Janeiro. O seu
testamento foi registrado na Campanha e
transcrito nos livros de Ouro Fino. Morreu com 54 anos, sendo sepultado na
Igreja da Campanha.
A data de seu testamento é de 15
de janeiro de 1801, sendo inventariado em 3 de maio de 1801 na Fazenda do Bom
Retiro, freguesia de Ouro Fino, termo da Vila da Campanha da Princesa, Minas
Gerais, comarca do Rio das Mortes.
Genoveva de Sousa Pena casou-se
em segundas núpcias com José Gabriel de Carvalho, entre 1801 e 1804, separando-se
do mesmo em 1807. O processo de desquite teve início em 9 de abril de 1819 em São Paulo , não tendo
desfecho, pois Genoveva faleceu em 11 de
janeiro de 1824. José Gabriel de Carvalho no processo de divórcio tentou provar
que sofreu atentado contra sua vida, de Genoveva. Genoveva declarou que o libelo era falso e calunioso. De ambos os
lados há depoimentos de várias testemunhas.
Do segundo casamento não houve
filhos. O testamento de Genoveva tem a data de 9 de dezembro de 1823 feito na
Fazenda do Bom Retiro, escrito e assinado a rogo pelo Vigário Carlos Luís de
Melo. O inventário de Genoveva foi feito no ano de 1824 em Caldas. No testamento
declarou ser filha de Joana
Vieira de Oliveira.
Os casal Alferes Manuel Antônio
Marques e Genoveva de Sousa Pena teve onze filhos: Francisca Antônia Marques,
Senhorinha Maria da Conceição, Manuel
Antônio Marques, Antônio Manuel Marques, Domingos Antônio Marques, Francisco
Antônio Marques, Maria Antônia do
Rosário, João, Gabriel Antônio Marques, Maria Madalena da Conceição, Simão
Antônio Marques, um dos fundadores de Barretos. No próximo artigo falaremos de Simão Antônio Marques.
Roseli Tineli
Roseli Tineli